Câncer e Homeopatia
Como podemos ajudar os animais que passam por esta doença?
Existem formas de minimizar a dor, o sofrimento, os efeitos colaterais da medicina tradicional?
Há esperanças? O que se pode esperar?
Que possibilidades de tratamento e abordagens a Medicina Alternativa Complementar nos possibilita? Que terapêuticas são estas?
Estas são perguntas que nos fazemos no dia-a-dia da clínica, quando nos
deparamos com pacientes com diagnóstico de câncer e daí o cuidador nos
pergunta: DOUTORA, E AGORA?
Como o assunto é muito extenso, faremos uma série de postagens menores,
sequenciais, para que a leitura não se torne muito cansativa.
É importante que entendam que o intuito destes textos não é o de
fornecer fórmulas mágicas, mas sim mostrar que existem possibilidades de
tratamentos alternativos, com pesquisas científicas no mundo todo que
buscam melhorar a qualidade de vida dos pacientes de câncer humanos e
não humanos, seus tratamentos, seus prognósticos, o entendimento da
doença e do doente de câncer. É importante estimular a pesquisa, a
busca, as opções e entender que não é a Eutanásia o melhor tratamento de
câncer em medicina veterinária como acreditam muitos profissionais e
cuidadores. Corra atrás de soluções, converse, questione.
O que vem a ser o famigerado "Câncer":
O nome CÂNCER é um termo derivado da palavra grega para carangueijo,
KARKINOS. Também chamado de NEOPLASMA ou NEOPLASIA, caracteriza-se pelo
crescimento novo, progressivo e descontrolado de células originárias de
tecidos normais, que não respondem aos fatores normais de regulação de
crescimento e organização celular, tornando-se um tecido autônomo e
desgovernado. É o caos celular e tecidual. As células cancerosas perdem
progressivamente as características e funções diferenciadas do tecido
original. Células que antes secretavam alguma substância, já não o fazem
mais. Outras que eram responsáveis por absorver ou transportar ou mesmo
dar estrutura de sustentação ao órgão ou tecido, já não são mais
capazes de atuar organizadamente. Há um favorecimento da MULTIPLICAÇÃO CELULAR DESORDENADA em
detrimento da especialização da célula afetada. Alguns tumores podem
preservar alguma função e alguns aspectos morfológicos (forma/estrutura)
do tecido original, mas são poucos. Da mesma forma, o crescimento
rápido não é característica de todos os tumores , sendo que alguns tipos
apresentam crescimento indolente, lento.
A classificação dos tumores em malignos ou benignos
está relacionada com a semelhança das células tumorais com as células
do tecido de origem. Tais características são avaliadas em exames
citológicos e histológicos (imprinting, biópsia). Células de tumores
malignos apresentam maior anaplasia (indiferenciação), são mais
invasivas, tem a capacidade de fazer metástase (transferir-se para
outros tecidos através do sangue e da linfa) e também uma grande
atividade mitótica.Fibromas, lipomas e adenomas são benignos; sarcomas e
carcinomas são malignos. As neoplasias malignas podem matar o doente
exercendo pressão nos tecidos vizinhos normais, causando dor,
interrupção da irrigação vascular, bloqueio dos vasos linfáticos e
diminuição de função do órgãos devida a esta pressão. Obstruções do
trato urinário e biliar são causas comuns de óbito. Os efeitos
sistêmicos das neoplasias estão associados à anorexia, perda de peso e
caquexia, anemia, tromboses, hemorragias, coagulação intravascular
disseminada (CID), diarréias prolongadas, desidratação, febre, ascite,
etc.
COMO A HOMEOPATIA ENCARA O FAMIGERADO "CÂNCER" ?
Para a homeopatia, qualquer enfermidade é um comportamento biológico no
qual há uma alteração vibratória da força vital e uma perturbação
dinâmica do indivíduo como um todo e no câncer não é diferente. A
enfermidade não é identificada pela lesão que causa no tecido ou pela
doença em si. O diagnóstico da doença somente nos permite ter uma idéia
da fisiopatologia da doença e não do doente como um todo.
Para o homeopata, a anamnese, ou seja, as perguntas dirigidas ao
paciente (no caso da veterinária, dirigidas ao cuidador, com respeito ao
seu animal), são de extrema importância. A história de vida do
indivíduo, desde sua infância e se possível de seus antepassados, o seu
temperamento e alterações dele no decorrer de sua vida, sua alimentação,
como vive, aonde vive, com quem vive, suas relações sociais intra e
extra específicas (com indivíduos da mesma espécie ou espécies
diferentes), suas doenças anteriores, cios, gravidez, aleitamentos, seus
receios, medos, comportamentos diante de circunstâncias diversas e
adversas, acontecimentos que possam ter desencadeado a doença atual ou
doenças anteriores, as condições que agravam ou melhoram o seu quadro
clínico ou o seu ânimo, enfim, tudo o que se possa apreender do sujeito
em questão, fazem parte do entendimento do seu processo de adoecimento e
são utilizadas na confecção do diagnóstico, prognóstico e tratamento
homeopático, juntamente com os sintomas clínicos apresentados pelo
DOENTE, exames laboratorias e exames diagnósticos. Não é apenas a lesão,
o órgão ou sistema afetado que nos preocupa, mas o conjunto, a
totalidade e a SINGULARIDADE de cada DOENTE.
Desta forma, fica mais fácil entender porque 2 cães com o mesmo tipo e
localização de câncer são tratados com medicamentos absolutamente
diferentes. Não tratamos DOENÇAS e sim DOENTES! Não existem receitas
prontas para esta ou aquela doença. A isto chamamos, em homeopatia, de
INDIVIDUALIZAÇÃO e é só individualizando que conseguimos chegar ao
medicamento mais próximo da SIMILITUDE ou SEMELHANÇA do nosso paciente.
Segundo a visão de um grande médico homeopata argentino, Tomas Pablo
Paschero, quanto mais o indivíduo vive e sofre as ameaças imaginárias ou
não do mundo à sua integridade pessoal e se esconde por trás da couraça
defensiva de sua auto limitação, mais doente está e encaminha-se até a
auto destruição, sendo o câncer uma de suas conseqüências mais
avassaladoras. Falar em “ameaças imaginárias” pode parecer uma
elocubração, fantasia ou viagem de homeopatas quando tratamos de
medicina veterinária mas não é e vou explicar porque: os conflitos que
criamos nos nossos animais de estimação quando simplesmente os afastamos
da sua vida natural para a espécie, qualquer que seja ela, não podem
ser resolvidos ou assimilados com facilidade pelos nossos companheiros
de 4, 2 ou nenhuma pata. Confinar um animal seja em um canil, um
aquário, uma gaiola ou em um apartamento, afastá-lo do contato com
outros da sua espécie, tratá-los como crianças ou qualquer coisa que não
seja exatamente o que e como ele é, alterar-lhes a hierarquia ou a
estrutura social própria de cada espécie, modificar a sua alimentação
com produtos industrializados, enchê-los de medicações na maioria das
vezes desnecessárias e excessivas, banhos, perfumes, deixá-los sozinhos
por longos períodos, aposentá-los nas suas atividades próprias da
espécie como caça, trabalho, brincadeiras e etc., são alguns dos fatores
conflitantes que ao não serem passíveis de resolução pelo indivíduo,
predispõe estas criaturas ao adoecimento. A abordagem comportamental e
holística, o bem-estar próprio àquela espécie, que leva em conta o
manejo na tentativa de resolver os conflitos criados pelos humanos,
mesmo que não intencionalmente, favorece a cura do indivíduo como um
todo e também a abordagem profilática/preventiva, evitando o surgimento
de muitas desordens mentais e orgânicas.
Segundo Hahnemann, médico alemão idealizador da homeopatia, o médico
deve perceber o que deve ser curado em cada caso individualmente, isto
é, o que é curável nas doenças e compreender o que é curativo em cada
medicamento para adequá-lo ao que há de patologia no doente. Muitas
vezes, quando o paciente com câncer chega aos nossos consultórios, já
apresenta quadros avançados da doença e estão próximos a incurabilidade,
pelos transtornos crônicos em decorrência da doença longa. Se a energia
vital do indivíduo apresenta-se debilitada, sem condições de reação
através da medicação homeopática, a cura não será possível. Independente
das possibilidades de cura, podemos proporcionar qualidade de vida e de
morte ao indivíduo que sofre de câncer, dando-lhe uma sobrevida sem
efeitos colaterais decorrentes de terapias convencionais, controle da
dor e bem estar até os últimos momentos. O preconceito e o receio quanto
ao uso da homeopatia no tratamento do câncer estão, ao meu ver,
relacionados a ausência de padronização dos tratamentos. Devido a
interferência de fatores individuais, a escolha do(s) medicamento(s) em
cada caso, vai depender da dinâmica de cada paciente (como descrito
acima), das características especiais de cada tipo de câncer
(proliferativo, ulserativo, destrutivo, etc), da localização,
malignidade ou não, em resumo, da DINÂMICA DE CADA PACIENTE.
O tratamento homeopático do câncer visa a estimulação do sistema imune
do doente e a atenuação dos sintomas decorrentes da formação tumoral,
através do reequilíbrio da energia vital do doente, podendo ou não levar
a cura parcial ou completa, ou apenas ao controle do paciente. Nos
casos incuráveis atua sobre a dor, o desconforto e o ânimo do indivíduo,
levando a uma morte tranqüila como o apagar de uma vela.
CAUSAS PROVÁVEIS DAS NEOPLASIAS
Nem sempre há uma causa única e sim uma associação de fatores que
encontra um terreno fértil para o desenvolvimento do CÂNCER. Muitas
causas são ainda desconhecidas mas muitas já foram determinadas.
O termo CARCINÓGENOS é utilizado para referir-se à substâncias que podem causar ou favorecer o CÂNCER.
- RX
- Radiação ultra violeta
- Queimaduras
Fatores Químicos:
“Os carcinógenos químicos são ingeridos, geralmente, através dos
alimentos. As rações preparadas para os animais possuem flavorizantes,
antioxidantes e outras substâncias conservantes que podem ser tóxicas e
funcionar como carcinógenos. Estas substâncias oncogênicas devem ser
reconhecidas e eliminadas das fontes alimentares. Tanto o homem quanto
os animais estão sujeitos à ingestão de contaminantes químicos nos
alimentos. As micotoxinas, os fungicidas e herbicidas também devem ser
observados pois podem ser potencializadores de fatores oncogênicos”
(Parreira,I.M.; Keglevich,E.As Neoplasias em Cães. Instituto Biosfera).
- poluição, fumo (os pets são hoje fumantes passivos) e fuligem
- aminas aromáticas utilizadas como corantes alimentares (RAÇÕES COLORIDÍSSIMAS!!!!)
- Nitrosaminas presentes nos defumados
-Antineoplásicos de uso medicinal como busulfan e melfelan
- Aflatoxinas presentes em grãos e cereais – principal matéria primabase da alimentação dos pets em RAÇÔES COMERCIAIS!!!!
-CONSERVANTES como etoxiquina, butilhidroxianisol (BHA) e
butilhidroxitoluno (BHT), todos sabidamente carcinógenos e proibidos na
alimentação humana!!!!!!
Fatores Traumáticos:
Osteosarcomas de cães de grande porte. O trauma pode ter ocorrido anos
atrás sem sintomatologia clínica ou com claudicação (mancadura) leve que
logo desapareceu.
Fatores Farmacológicos:
- Anabolizantes ( agem no fígado) – tem bad boy e bad vet que aplicam!
- Quimioterápicos ( medula óssea e bexiga principalmente) por exemplo o ONCOVIN tão utilizado em tumor venéreo de cães.
-Imunossupressores ( linfoma e pele) – por exemplo o uso abusivo de corticóides nas tão comuns dermatopatias.
Fatores Alimentares:
- excessos de gordura (mama, cólon e pâncreas)
- ingesta calórica elevada (mama, endométrio, próstata, cólon, vesícula biliar, pâncreas)
- dieta pobre em fibras (cólon)
Fatores biológicos:
- Causas genéticas hereditárias
- Doenças pré-existentes
Fatores Hormonais:
- Uso de progestágenos injetáveis (anticoncepcionais X tumores de mama)
- Tumor de Leidig em cães machos
Fatores Inflamatórios:
- Desequilíbrio da relação entre radicais livres e agentes antioxidantes
-Processos inflamatórios crônicos que levam ao aumento da irrigação do
tecido lesado, levando a neocarcingênese (surgimento de novo tumor).
- Radicais livres também são responsáveis por mutações que podem ser responsáveis pela gênese do tumor.
Fatores Psíquicos :
- Estresse
- Ausência de Bem Estar de forma crônica e continuada
- Transtornos por perdas, sustos, medo, raiva...Emoções muito fortes!
ALGUNS TIPOS DE CÂNCER MAIS COMUNS NOS NOSSOS PETS
- NEOPLASIAS CUTÂNEAS: O exame citológico é
indispensável na tomada de decisão quanto ao tratamento cirúrgico. As
hiperplasias e adenomas das glândulas sebáceas, os lipomas, mastocitomas
e os papilomas são as neoplasias cutâneas mais comuns nos cães. Outras
neoplasias cutâneas: tricoepiteliomas, pilomatricomas, tumores de
glândulas sudoríparas, de glândula peri-anal, carcinomas epidermóides,
fibromas e fibrosarcomas.
-NEOPLASIAS ORAIS: São cada vez mais comuns e na
maioria das vezes malignos. Causam mau-hálito, salivação intensa e
dificuldade em comer. Sangramentos orais e inchaços são achados comuns.
Maiores incidências destas neoplasias são encontradas em animais com
mais de 8 anos de idade.
-NEOPLASIAS GASTROINTESTINAIS: Linfosarcoma alimentar,
linfoma e adenocarcinoma são os mais encontrados. Também podemos
encontrar linfomas gástricos e adenomas de reto, cólon e gástrico, mas
são as formas mais raras em cães.
-NEOPLASIAS HEPÁTICAS: podem surgir à partir de muitos
órgãos (pâncreas, adrenais, pulmões e mamas). A metástase decorrente
destes tumores, envolvem normalmente peritônio, linfonodos e pulmões.
-NEOPLASIAS OCULARES: 90 % delas são malignas.
-NEOPLASIAS MAMÁRIAS: A prevalência dêste câncer em
cadelas é 3 vezes maior do que em mulheres. Correspondem a 50% de todos
os tumores da cadela e 45% dos tumores de mama são malignos. Dados de
trabalhos científicos (RADOSTIS,2002) afirmam que:
1 – Os tumores mamários são mais comuns em fêmeas inteiras ou naquelas
castradas depois dos 2 anos de idade. Fêmeas castradas antes do primeiro
cio tem incidência baixíssima.
2 – A média etária na época do diagnóstico é de 10 anos.
3 – Machos podem ser acometidos.
4 – 50% de todos os tumores mamários são benignos.
5 – Pode haver a combinação de massas benignas e malignas no mesmo
animal, daí estar indicada a palpação de todo o tecido mamário e
adjacente se for palpado um nódulo.
6 – A maioria dos tumores mamários caninos ocorre nas glândulas 4 e 5.
7 – 40% dos tumores acometem as glândulas inguinais.
Podem ser carcinomas, sarcomas, carcinossarcomas ou adenomas benignos.
As técnicas cirúrgicas utilizadas na excisão de tumores mamários variam
conforme a extensão, a invasibilidade, malignidade, encapsulamento,
número de glândulas afetadas e características celulares. Por isso é
importante procurar um profissional capacitado para efetuar as
avaliações e exames iniciais, assim como o procedimento cirúrgico mais
adequado a cada caso.
-NEOPLASIAS GENITAIS: O tumor venéreo transmissível ou
TVT ou Tumor de Sticker. Ocorrem na genitália masculina e feminina e
também em boca e focinho devido a lambeduras e olfação.
Clique para ver os vídeos! A Dra. Maria Clara R. Hillmann, proprietária da farmácia Milligramm, no coração da Lagoa da Conceição, aqui em florianópolis, gentilmente nos permitiu gravar alguns exemplos rápidos de manipulação homeopática. A farmacêutica ressalva que o objetivo destes vídeos "é explicar como os remédios homeopáticos são manipulados, e não incentivar sua manipulação em casa." Cabe registrar que, por motivos óbvios, as gravações foram feitas fora do laboratório propriamente dito.