quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Câncer e homeopatia, pela Veterinária Homeopata Carmen Cocca.

Câncer e Homeopatia




Como podemos ajudar os animais que passam por esta doença?
Existem formas de minimizar a dor, o sofrimento, os efeitos colaterais da medicina tradicional?
Há esperanças? O que se pode esperar?
Que possibilidades de tratamento e abordagens a Medicina Alternativa Complementar nos possibilita? Que terapêuticas são estas?
Estas são perguntas que nos fazemos no dia-a-dia da clínica, quando nos deparamos com pacientes com diagnóstico de câncer e daí o cuidador nos pergunta: DOUTORA, E AGORA?
Como o assunto é muito extenso, faremos uma série de postagens menores, sequenciais, para que a leitura não se torne muito cansativa.
É importante que entendam que o intuito destes textos não é o de fornecer fórmulas mágicas, mas sim mostrar que existem possibilidades de tratamentos alternativos, com pesquisas científicas no mundo todo que buscam melhorar a qualidade de vida dos pacientes de câncer humanos e não humanos, seus tratamentos, seus prognósticos, o entendimento da doença e do doente de câncer. É importante estimular a pesquisa, a busca, as opções e entender que não é a Eutanásia o melhor tratamento de câncer em medicina veterinária como acreditam muitos profissionais e cuidadores. Corra atrás de soluções, converse, questione.

O que vem a ser o famigerado "Câncer":

O nome CÂNCER é um termo derivado da palavra grega para carangueijo, KARKINOS. Também chamado de NEOPLASMA ou NEOPLASIA, caracteriza-se pelo crescimento novo, progressivo e descontrolado de células originárias de tecidos normais, que não respondem aos fatores normais de regulação de crescimento e organização celular, tornando-se um tecido autônomo e desgovernado. É o caos celular e tecidual. As células cancerosas perdem progressivamente as características e funções diferenciadas do tecido original. Células que antes secretavam alguma substância, já não o fazem mais. Outras que eram responsáveis por absorver ou transportar ou mesmo dar estrutura de sustentação ao órgão ou tecido, já não são mais capazes de atuar organizadamente. Há um favorecimento da MULTIPLICAÇÃO CELULAR DESORDENADA em detrimento da especialização da célula afetada. Alguns tumores podem preservar alguma função e alguns aspectos morfológicos (forma/estrutura) do tecido original, mas são poucos. Da mesma forma, o crescimento rápido não é característica de todos os tumores , sendo que alguns tipos apresentam crescimento indolente, lento.
A classificação dos tumores em malignos ou benignos está relacionada com a semelhança das células tumorais com as células do tecido de origem. Tais características são avaliadas em exames citológicos e histológicos (imprinting, biópsia). Células de tumores malignos apresentam maior anaplasia (indiferenciação), são mais invasivas, tem a capacidade de fazer metástase (transferir-se para outros tecidos através do sangue e da linfa) e também uma grande atividade mitótica.Fibromas, lipomas e adenomas são benignos; sarcomas e carcinomas são malignos. As neoplasias malignas podem matar o doente exercendo pressão nos tecidos vizinhos normais, causando dor, interrupção da irrigação vascular, bloqueio dos vasos linfáticos e diminuição de função do órgãos devida a esta pressão. Obstruções do trato urinário e biliar são causas comuns de óbito. Os efeitos sistêmicos das neoplasias estão associados à anorexia, perda de peso e caquexia, anemia, tromboses, hemorragias, coagulação intravascular disseminada (CID), diarréias prolongadas, desidratação, febre, ascite, etc.
COMO A HOMEOPATIA ENCARA O FAMIGERADO "CÂNCER" ?
Para a homeopatia, qualquer enfermidade é um comportamento biológico no qual há uma alteração vibratória da força vital e uma perturbação dinâmica do indivíduo como um todo e no câncer não é diferente. A enfermidade não é identificada pela lesão que causa no tecido ou pela doença em si. O diagnóstico da doença somente nos permite ter uma idéia da fisiopatologia da doença e não do doente como um todo.
Para o homeopata, a anamnese, ou seja, as perguntas dirigidas ao paciente (no caso da veterinária, dirigidas ao cuidador, com respeito ao seu animal), são de extrema importância. A história de vida do indivíduo, desde sua infância e se possível de seus antepassados, o seu temperamento e alterações dele no decorrer de sua vida, sua alimentação, como vive, aonde vive, com quem vive, suas relações sociais intra e extra específicas (com indivíduos da mesma espécie ou espécies diferentes), suas doenças anteriores, cios, gravidez, aleitamentos, seus receios, medos, comportamentos diante de circunstâncias diversas e adversas, acontecimentos que possam ter desencadeado a doença atual ou doenças anteriores, as condições que agravam ou melhoram o seu quadro clínico ou o seu ânimo, enfim, tudo o que se possa apreender do sujeito em questão, fazem parte do entendimento do seu processo de adoecimento e são utilizadas na confecção do diagnóstico, prognóstico e tratamento homeopático, juntamente com os sintomas clínicos apresentados pelo DOENTE, exames laboratorias e exames diagnósticos. Não é apenas a lesão, o órgão ou sistema afetado que nos preocupa, mas o conjunto, a totalidade e a SINGULARIDADE de cada DOENTE.
Desta forma, fica mais fácil entender porque 2 cães com o mesmo tipo e localização de câncer são tratados com medicamentos absolutamente diferentes. Não tratamos DOENÇAS e sim DOENTES! Não existem receitas prontas para esta ou aquela doença. A isto chamamos, em homeopatia, de INDIVIDUALIZAÇÃO e é só individualizando que conseguimos chegar ao medicamento mais próximo da SIMILITUDE ou SEMELHANÇA do nosso paciente.
Segundo a visão de um grande médico homeopata argentino, Tomas Pablo Paschero, quanto mais o indivíduo vive e sofre as ameaças imaginárias ou não do mundo à sua integridade pessoal e se esconde por trás da couraça defensiva de sua auto limitação, mais doente está e encaminha-se até a auto destruição, sendo o câncer uma de suas conseqüências mais avassaladoras. Falar em “ameaças imaginárias” pode parecer uma elocubração, fantasia ou viagem de homeopatas quando tratamos de medicina veterinária mas não é e vou explicar porque: os conflitos que criamos nos nossos animais de estimação quando simplesmente os afastamos da sua vida natural para a espécie, qualquer que seja ela, não podem ser resolvidos ou assimilados com facilidade pelos nossos companheiros de 4, 2 ou nenhuma pata. Confinar um animal seja em um canil, um aquário, uma gaiola ou em um apartamento, afastá-lo do contato com outros da sua espécie, tratá-los como crianças ou qualquer coisa que não seja exatamente o que e como ele é, alterar-lhes a hierarquia ou a estrutura social própria de cada espécie, modificar a sua alimentação com produtos industrializados, enchê-los de medicações na maioria das vezes desnecessárias e excessivas, banhos, perfumes, deixá-los sozinhos por longos períodos, aposentá-los nas suas atividades próprias da espécie como caça, trabalho, brincadeiras e etc., são alguns dos fatores conflitantes que ao não serem passíveis de resolução pelo indivíduo, predispõe estas criaturas ao adoecimento. A abordagem comportamental e holística, o bem-estar próprio àquela espécie, que leva em conta o manejo na tentativa de resolver os conflitos criados pelos humanos, mesmo que não intencionalmente, favorece a cura do indivíduo como um todo e também a abordagem profilática/preventiva, evitando o surgimento de muitas desordens mentais e orgânicas.
Um exemplo disto seria quando um organismo produz expressões externas, como erupções, verrugas, dermatites, secreções, coceiras, etc., está desta forma tentando eliminar de si o que é necessário ao seu reequilíbrio interno. Se estas formas de eliminação são suprimidas e/ou abafadas, através de medicamentos (antibióticos, antifúngicos e corticóides), pomadas e unguentos ou procedimentos cirúrgicos, outras saídas devem ser criadas para diminuir a pressão interna e esta força de eliminação com todo o seu vigor e poder, seguirá outros caminhos, por outros pontos do organismo, através de linhas hereditárias e predisposições individuais. Desenvolvem-se assim novos fenômenos clínicos e psíquicos, com nova sintomatologia e quanto maior for a SUPRESSÃO dos sintomas, maiores e mais profundas serão as novas manifestações, podendo determinar uma tendência proliferativa ou destrutiva das células. Esta compulsão de eliminação, pode determinar o surgimento do câncer, dentre outras enfermidades.
Segundo Hahnemann, médico alemão idealizador da homeopatia, o médico deve perceber o que deve ser curado em cada caso individualmente, isto é, o que é curável nas doenças e compreender o que é curativo em cada medicamento para adequá-lo ao que há de patologia no doente. Muitas vezes, quando o paciente com câncer chega aos nossos consultórios, já apresenta quadros avançados da doença e estão próximos a incurabilidade, pelos transtornos crônicos em decorrência da doença longa. Se a energia vital do indivíduo apresenta-se debilitada, sem condições de reação através da medicação homeopática, a cura não será possível. Independente das possibilidades de cura, podemos proporcionar qualidade de vida e de morte ao indivíduo que sofre de câncer, dando-lhe uma sobrevida sem efeitos colaterais decorrentes de terapias convencionais, controle da dor e bem estar até os últimos momentos. O preconceito e o receio quanto ao uso da homeopatia no tratamento do câncer estão, ao meu ver, relacionados a ausência de padronização dos tratamentos. Devido a interferência de fatores individuais, a escolha do(s) medicamento(s) em cada caso, vai depender da dinâmica de cada paciente (como descrito acima), das características especiais de cada tipo de câncer (proliferativo, ulserativo, destrutivo, etc), da localização, malignidade ou não, em resumo, da DINÂMICA DE CADA PACIENTE.
O tratamento homeopático do câncer visa a estimulação do sistema imune do doente e a atenuação dos sintomas decorrentes da formação tumoral, através do reequilíbrio da energia vital do doente, podendo ou não levar a cura parcial ou completa, ou apenas ao controle do paciente. Nos casos incuráveis atua sobre a dor, o desconforto e o ânimo do indivíduo, levando a uma morte tranqüila como o apagar de uma vela.
CAUSAS PROVÁVEIS DAS NEOPLASIAS
Nem sempre há uma causa única e sim uma associação de fatores que encontra um terreno fértil para o desenvolvimento do CÂNCER. Muitas causas são ainda desconhecidas mas muitas já foram determinadas.
O termo CARCINÓGENOS é utilizado para referir-se à substâncias que podem causar ou favorecer o CÂNCER.
Fatores Físicos :
- RX
- Radiação ultra violeta
- Queimaduras

Fatores Químicos:
“Os carcinógenos químicos são ingeridos, geralmente, através dos alimentos. As rações preparadas para os animais possuem flavorizantes, antioxidantes e outras substâncias conservantes que podem ser tóxicas e funcionar como carcinógenos. Estas substâncias oncogênicas devem ser reconhecidas e eliminadas das fontes alimentares. Tanto o homem quanto os animais estão sujeitos à ingestão de contaminantes químicos nos alimentos. As micotoxinas, os fungicidas e herbicidas também devem ser observados pois podem ser potencializadores de fatores oncogênicos” (Parreira,I.M.; Keglevich,E.As Neoplasias em Cães. Instituto Biosfera).
- poluição, fumo (os pets são hoje fumantes passivos) e fuligem
- aminas aromáticas utilizadas como corantes alimentares (RAÇÕES COLORIDÍSSIMAS!!!!)
- Nitrosaminas presentes nos defumados
-Antineoplásicos de uso medicinal como busulfan e melfelan
- Aflatoxinas presentes em grãos e cereais – principal matéria primabase da alimentação dos pets em RAÇÔES COMERCIAIS!!!!
-CONSERVANTES como etoxiquina, butilhidroxianisol (BHA) e butilhidroxitoluno (BHT), todos sabidamente carcinógenos e proibidos na alimentação humana!!!!!!
  

Fatores Traumáticos:
Osteosarcomas de cães de grande porte. O trauma pode ter ocorrido anos atrás sem sintomatologia clínica ou com claudicação (mancadura) leve que logo desapareceu.
Fatores Farmacológicos:
- Anabolizantes ( agem no fígado) – tem bad boy e bad vet que aplicam!
- Quimioterápicos ( medula óssea e bexiga principalmente) por exemplo o ONCOVIN tão utilizado em tumor venéreo de cães.
-Imunossupressores ( linfoma e pele) – por exemplo o uso abusivo de corticóides nas tão comuns dermatopatias.
Fatores Alimentares:
- excessos de gordura (mama, cólon e pâncreas)
- ingesta calórica elevada (mama, endométrio, próstata, cólon, vesícula biliar, pâncreas)
- dieta pobre em fibras (cólon)
Fatores biológicos:
- Causas genéticas hereditárias
- Doenças pré-existentes
Fatores Hormonais:
- Uso de progestágenos injetáveis (anticoncepcionais X tumores de mama)
- Tumor de Leidig em cães machos
Fatores Inflamatórios:
- Desequilíbrio da relação entre radicais livres e agentes antioxidantes
-Processos inflamatórios crônicos que levam ao aumento da irrigação do tecido lesado, levando a neocarcingênese (surgimento de novo tumor).
- Radicais livres também são responsáveis por mutações que podem ser responsáveis pela gênese do tumor.
Fatores Psíquicos :
- Estresse
- Ausência de Bem Estar de forma crônica e continuada
- Transtornos por perdas, sustos, medo, raiva...Emoções muito fortes!

ALGUNS TIPOS DE CÂNCER MAIS COMUNS NOS NOSSOS PETS
- NEOPLASIAS CUTÂNEAS: O exame citológico é indispensável na tomada de decisão quanto ao tratamento cirúrgico. As hiperplasias e adenomas das glândulas sebáceas, os lipomas, mastocitomas e os papilomas são as neoplasias cutâneas mais comuns nos cães. Outras neoplasias cutâneas: tricoepiteliomas, pilomatricomas, tumores de glândulas sudoríparas, de glândula peri-anal, carcinomas epidermóides, fibromas e fibrosarcomas.
-NEOPLASIAS ORAIS: São cada vez mais comuns e na maioria das vezes malignos. Causam mau-hálito, salivação intensa e dificuldade em comer. Sangramentos orais e inchaços são achados comuns. Maiores incidências destas neoplasias são encontradas em animais com mais de 8 anos de idade.
-NEOPLASIAS GASTROINTESTINAIS: Linfosarcoma alimentar, linfoma e adenocarcinoma são os mais encontrados. Também podemos encontrar linfomas gástricos e adenomas de reto, cólon e gástrico, mas são as formas mais raras em cães.
-NEOPLASIAS HEPÁTICAS: podem surgir à partir de muitos órgãos (pâncreas, adrenais, pulmões e mamas). A metástase decorrente destes tumores, envolvem normalmente peritônio, linfonodos e pulmões.
-NEOPLASIAS OCULARES: 90 % delas são malignas.
-NEOPLASIAS MAMÁRIAS: A prevalência dêste câncer em cadelas é 3 vezes maior do que em mulheres. Correspondem a 50% de todos os tumores da cadela e 45% dos tumores de mama são malignos. Dados de trabalhos científicos (RADOSTIS,2002) afirmam que:
1 – Os tumores mamários são mais comuns em fêmeas inteiras ou naquelas castradas depois dos 2 anos de idade. Fêmeas castradas antes do primeiro cio tem incidência baixíssima.
2 – A média etária na época do diagnóstico é de 10 anos.
3 – Machos podem ser acometidos.
4 – 50% de todos os tumores mamários são benignos.
5 – Pode haver a combinação de massas benignas e malignas no mesmo animal, daí estar indicada a palpação de todo o tecido mamário e adjacente se for palpado um nódulo.
6 – A maioria dos tumores mamários caninos ocorre nas glândulas 4 e 5.
7 – 40% dos tumores acometem as glândulas inguinais.
Podem ser carcinomas, sarcomas, carcinossarcomas ou adenomas benignos.
As técnicas cirúrgicas utilizadas na excisão de tumores mamários variam conforme a extensão, a invasibilidade, malignidade, encapsulamento, número de glândulas afetadas e características celulares. Por isso é importante procurar um profissional capacitado para efetuar as avaliações e exames iniciais, assim como o procedimento cirúrgico mais adequado a cada caso.
-NEOPLASIAS GENITAIS: O tumor venéreo transmissível ou TVT ou Tumor de Sticker. Ocorrem na genitália masculina e feminina e também em boca e focinho devido a lambeduras e olfação.
 

Clique para ver os vídeos! A Dra. Maria Clara R. Hillmann, proprietária da farmácia Milligramm, no coração da Lagoa da Conceição, aqui em florianópolis, gentilmente nos permitiu gravar alguns exemplos rápidos de manipulação homeopática. A farmacêutica ressalva que o objetivo destes vídeos "é explicar como os remédios homeopáticos são manipulados, e não incentivar sua manipulação em casa." Cabe registrar que, por motivos óbvios, as gravações foram feitas fora do laboratório propriamente dito.