domingo, 4 de outubro de 2015

Triplo 1 Qual a situação atual da homeopatia no Brasil? 2 Automutilação em Aves e o Tratamento Homeopático 3 Malassezia: Como eu trato

Qual a situação atual da homeopatia no Brasil? 

Foi reconhecida como especialidade médica a partir de 1980 tanto pelo Conselho Federal de Medicina quanto pela Associação Médica Brasileira. A Associação Médica Homeopática Brasileira representa os médicos homeopatas no Brasil e exterior. Para ser homeopata, o médico precisa participar de um curso de especialização com 3 anos de duração e, no mínimo, 1200 horas. Já existem várias faculdades de medicina que oferecem cursos de informação sobre homeopatia (optativos) de 60 horas de aula durante o curso de formação médica. Apesar do reconhecimento como especialidade e de existirem mais de 8 mil médicos homeopatas em todo o Brasil, ainda sofremos discriminação, não da população que ao usar a homeopatia comprova sua eficácia, mas de alguns poucos colegas médicos ainda desinformados sobre a especialidade.

Automutilação em Aves e o Tratamento Homeopático
Em aves, a automutilação caracteriza-se inicialmente por arrancamento de penas que se inicia normalmente como uma limpeza excessiva das penas, passando a arrancá-las e podendo evoluir para lesões na pele e músculos, chegando ao extremo de dilacerar membros inteiros, tudo isso infringido através de seus bicos aguçados.

Esta não é uma afecção exclusiva das aves, sendo encontrada em várias espécies animais como cães, gatos, eqüinos, bovinos, ovinos, animais silvestres, animais de laboratório e outros, mas apresentando em comum sempre a ocorrência de fatores predisponentes semelhantes, como manejo e instalações inadequadas, estresse (ruído, temperatura inadequada, superlotação, higiene precária das gaiolas ou viveiros), ausência de bem estar, ambiente pobre, ausência de relações sociais adequadas a cada espécie, mudanças de ambiente, perda de companheiros de convívio, ansiedade, privações (água, comida e companhia), presença de predadores nas proximidades ou até no mesmo ambiente, nutrição inadequada, parasitas, infecções, alergias e muitos outros fatores próprios a cada espécie. No fundo é tudo estresse e a automutilação seria uma das formas de reação a isso. Outras possíveis causas desse transtorno seriam as carências nutricionais, ectoparasitas como piolhos, e possivelmente processos alérgicos e frustrações sexuais.

No caso das aves, ocorre principalmente entre os psitaciformes como papagaios, araras, agapornes, calopsitas e outros, com incidência importante entre os animais criados em cativeiro. O fato desses animais viverem em bandos e necessitarem de seus companheiros de espécie para a limpeza de suas penas, alimentação compartilhada, vôos coletivos e todas as atividades desenvolvidas em grupo e estarem privados disso em cativeiro, mesmo que parcialmente, predispõe esses indivíduos aos muitos transtornos comportamentais próprios de animais criados em cativeiro.

Este processo de automutilação pode estender-se por meses e até anos, podendo inclusive e com frequência levar estes animais a morte decorrente de anemias severas por sangramentos crônicos ou infecções generalizadas via lesões infectadas. Além disso, a perda de peso devido a diminuição do apetite do animal e seu desconforto crônico, é evidente. É classificado como Transtorno Obsessivo Compulsivo (T.O.C). Ao bicar ou arrancar as penas há liberação de betaendorfinas que além de atuarem como anestésicos locais, dão sensação de prazer ao indivíduo, que propicia a continuidade da ação.

TRATAMENTO
O tratamento convencional para esse transtorno, além de polivitamínicos, vermífugos e parasiticidas de uso externo, assim como a melhoria geral do manejo e alimentação das aves, passa pela utilização de drogas psicoativas, como haloperidol e fluoxetina, hoje muito utilizadas em medicina veterinária (Leia mais aqui). A utilização de colares também é muito comum para evitar mecanicamente a automutilação.

O tratamento homeopático vem sendo utilizado com sucesso nos criatórios de aves, inclusive as comerciais, sempre sob orientação de um veterinário homeopata. Como já disse outras vezes aqui, a homeopatia unicista procura sinais e sintomas que caracterizem o indivíduo para tratá-lo como um todo e não apenas focando na sua patologia (leia mais aqui).


CASO CLÍNICO
Recentemente atendi a um pequeno criatório de aves em que uma calopsita chamada Lia, de aproximadamente 1 ano, me foi trazida para consulta devido ao fato de estarem surgindo gotas de sangue no chão da gaiola e ela estar arrancando algumas penas ao redor da cloaca. No início do processo suspeitamos de verminose ou mesmo de ovo retido. O primeiro medicamento homeopático utilizado não surtiu efeito. Os exames de RX e parasitológico de fezes não confirmaram as suspeitas iniciais. Com o passar das semanas e como resultado desse processo, a área ao redor da cloaca foi ficando muito avermelhada, ora com crostas, ora com sangramento. Além da medicação homeopática na água, utilizamos um gel de Aloe Vera, calêndula e hamamelis no local e Lia continuava perdendo peso, continuava a se mutilar e a sangrar.


Resolvi fazer um novo estudo das possibilidades medicamentosas e desta vez escolhi um medicamento que cobria além dos sintomas físicos de Lia, sintomas singulares referentes ao seu comportamento e a sua personalidade. Lia é uma mocinha de poucos amigos, que não gosta de ser perturbada, manipulada, é bem nervosinha, inquieta. A sorte dela é que tem um “maridinho” maravilhoso, Will, que vive lhe paparicando e agüenta o tranco do seu estado de ânimo pouco amistoso e crônico, é super sociável e totalmente do bem, além de apaixonadíssimo por ela. Todos esses fatores foram levados em consideração na nova escolha do medicamento homeopático e justamente por essa diferença grande entre os estilos de ser de ambos, Lia teve que ser medicada diretamente na boca pois se colocássemos o medicamento na água, Will iria tomar um medicamento não adequado a ele. Lia respondeu muito bem ao tratamento, restabelecendo-se totalmente em torno de 20 dias.


O ânimo ainda continua o mesmo, e por isso vamos continuar a tratá-la por mais algum tempo pra tentarmos minimizar seu sofrimento existencial !!! Ficam soltos a maior parte do seu tempo, tem acesso a área externa da casa, gaiola grande e boa alimentação. Melhor que isso só a vida livre, ideal, lá na Austrália, de onde se originaram.

Malassezia: como eu trato

    As leveduras do gênero malassezia são consideradas como parte integrante habitual da microbiota da pele, dos ouvidos e das mucosas de cães sãos. O quadro clínico da malasseziose tegumentar desencadeado pela excessiva multiplicação da levedura Malassezia pachydermatis sobre a epiderme canina, somente se evidencia quando um conjunto de fatores predisponentes, endógenos ou exógenos estão presentes. Dentre os fatores predisponentes, alterações nos mecanismos de defesa do hospedeiro e na microbiota da superfície da sua pele, sugerem o status oportunista da malassezia. Seu papel na perpetuação e no agravamento das dermatites mais diversas vem sendo pesquisado há anos, por diversos grandes nomes da dermatologia veterinária mundial, na busca do entendimento de sua etiopatogenia, predisposições,incidência, evolução e respostas as diversas terapêuticas. Muitas espécies animais, inclusive o homem, tem em sua microbiota natural a malassezia.


            Malassezia pachydermatis : tingida de cor escura
No cão, M. pachydermatis pode ser encontrada na pele, ouvidos, sacos anais, vagina e reto. É considerado como patógeno secundário em patologias de pele e otites externas em caninos e felinos, como por exemplo doenças alérgicas de pele, seborréias e doenças inflamatórias de pele crônicas ou recorrentes. Em gatos, surge secundariamente a doenças alérgicas de pele e quando doenças sistêmicas imunosupressvas se manifestam.

Atopia e Malassezia: cães atópicos desenvolvem hipersensibilidade do tipo I (mediada por IgE) a proteína intracelular da Malassezia ! Ou seja, a malassezia complica a atopia!!!!

  Hiperpigmentação de abdome

Causas predisponentes em cães:

    Doenças alérgicas de pele – principalmente dermatite atópica mas também alimentar, à picada de parasitas, por contato;
    Doenças do extrato córneo – seborréias;
    Doenças crônicas ou recorrentes inflamatórias;
    Algumas raças são mais predispostas: em São Paulo segundo um estudo retrospectivo de 92 casos na USP, de 1989-1995, as raças mais acometidas foram Cocker Spaniel Inglês, Pastor Alemão e Poodle. Na literatura internacional ainda encontramos Basset Hounds (especial tolerância a colonização assintomática), German Shepherd, West Highland White Terrier, Silky, Maltese, Chihuahua, Dachshund e outros.


Eritema, hiperpigmentação, lignificação


Causas predisponentes em gatos:

    Doenças dermatológicas alérgicas – especialmente dermatite atópica e alergia alimentar
    Doenças sistêmicas – principalmente as imunosupressivas (Fiv, Felv, neoplasias, diabetes)
    Doenças dermatológicas crônicas e recorrentes
    Raças predispostas: Devon Rex (especial tolerância a colonização assintomática)


Sinais e sintomas:

    Eritema (pele avermelhada) , hiperpigmentação (pele enegrecida), alopecia (ausência de pelo), lignificação (pele escura e com aspecto rachado, groseiro), escamação (crostas, caspas) e/ou untuosidade (gordurosa)
    Dermatite exudativa (aquela que mina, úmida) e odor seborrêico rançoso (só sentindo pra saber, às vezes da pra sentir da sala de espera!!!)
    Prurido de moderado a intenso(coceira)– achado mais comum no aspecto clínico
    As lesões podem ser focais, multi focais ou generalizadas.


A intensidade das lesões e sinais pode ser muito variável na dependência de cada paciente acometido. As manifestações tem um padrão mas nunca são iguais e podem ser confundidas com atopia, sarna demodécica, sarna sarcóptica, alergia alimentar.... Os sinais vão desde ausência de lesões até uma seborréia fortíssima com escamação amarelada severa, de odor igualmente forte passando por eritema de graus variáveis em virilha, períneo e axilas. As lesões expandem-se perifericamente, de forma gradativa, alcançando áreas anteriormente não afetadas.

Locais prediletos: porção ventral de pescoço e abdome, axilas, virilhas, região inguinal, face, ouvidos (face interna do pavilhão auricular), pés, extremidades das patas.
As lesões em gatos surgem de forma mais súbita mas de aspecto semelhante ao encontrado em cães e com menor freqüência. A hiperpigmentação também é menos freqüente em gatos.

Crostas e lignificação


Diagnóstico:
Atualmente o método de escolha para o diagnóstico da malassezia é o citológico. Dentre os métodos de citologia mais utilizados estão o raspado, o swab e o imprinting para identificação da levedura. Para alguns especialistas, 3 ou 4 leveduras encontradas por campo, na microscopia por imersão a óleo, são consideradas significantes para o diagnóstico clínico.
O diagnóstico por cultura da levedura não é recomendado devido a dificuldade em interpretar resultados não quantitativos, já que este é um constituinte da microbiota normal da pele.
A biópsia também pode gerar um resultado falso negativo, à medida que a levedura pode estar ausente naquele fragmento já que a distribuição da levedura na pele não é homogênea.

Tratamento:
Convencional - Muitos antifúngicos, principalmente cetoconazol e itraconazol por via oral. Tais drogas interferem com os sistemas enzimáticos do fígado, causando uma sobrecarga tóxica à médio e longo prazo.
No tratamento local utilizam-se xampus a base de cetoconazol, miconazol e clorexidine. O tratamento é longo, de 6 – 16 semanas. As recidivas são comuns e é quando os tratamentos são repetidos, mais e mais vezes.

Homeopatia – utilizando o medicamento de fundo do animal, restabelecemos seu equilíbrio orgânico, sua imunidade é potencializada e a cura acontece de forma suave, profunda e contínua. Para isso você precisa da ajuda de um bom homeopata veterinário. Caso isso não seja possível você ainda pode utilizar compostos homeopáticos comerciais como o fator Pró Imune do Lab. Arenales http://migre.me/j1pNe, ou ainda o Pró-Derma da linha Homeopet http://migre.me/j1pVa.

Fitoterapia – dentre os produtos mais utilizados e eficientes, estão o óleo de neem concentrado http://migre.me/j1qsy ou pronto http://migre.me/j1qu2 e o de melaleuca http://migre.me/j1qC0 ou o sabonete de melaleuca http://migre.me/j1qDY. Alguns xampus com estes princípios podem ser utilizados  http://migre.me/j1qEV e loções também http://migre.me/j1qGt. Produtos a base de própolis são extremamente eficientes quando o assunto é leveduras e fungos. Sugerimos o Xampú Propovet http://migre.me/j1qO5 e/ou o Condicionador Propovet http://migre.me/j1qQP; o gel Propovet http://migre.me/j1qSk ou o Fitofix http://migre.me/j1qTW e ainda o uso interno do própolis verde como imunomodulador, seja na forma de cápsulas http://migre.me/j1qXF ou na forma de extrato aquoso http://migre.me/j1qZX.

              Probiótico

Nutracêuticos – pré e probióticos na forma pastosa http://migre.me/j1r2I ou em comprimidos http://migre.me/j1r72, vitaminas, minerais, enzimas, antioxidantes http://migre.me/j1r9t e outros podem ser utilizados como terapia coadjuvante, modulando a imunidade, melhorando a barreira epidérmica, diminuindo as infecções oportunistas e estabilizando os sistemas bioquímicos orgânicos como um todo.

Nutrição – com uma nutrição adequada a cada espécie, os resultados clínicos são mais promissores em qualquer afecção orgânica. Portanto, Alimentação Natural neles!!! Pode ser AN, com alimentos crus, ou comida cozida com cardápios equilibrados e adequados a fase fisiológica de cada paciente. Veja no site de nutrição natural da médica veterinária nutróloga Sylvia Angélico mais informações sobre os benefícios da alimentação natural para os nossos companheiros peludos www.cachorroverde.com.br e promova essa mudança pra retomar a vitalidade do seu pet e transformá-lo em um bicho integral!


Como eu trato

Trato o indivíduo, com homeopatia e o respaldo de suplementos nutracêuticos, boa nutrição, ênfase em bem estar, manejo adequado a espécie e muita, muita paciência!!!! Doenças crônicas como esta não requerem milagres nem mágicas e sim muito trabalho, colaboração e parceria, por longos períodos.

Namastê.

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