quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Afinal, onde está a medicina do sujeito? So, what about subject medicine?


Luiz Ricardo Solon

Introdução: esse trabalho . uma produção teórica que formula a pergunta: afinal, onde
está a medicina do sujeito? Essa questão acionou uma discussão sobre as contradições
epistemológicas da homeopatia que, fundamentada na epistemologia qualitativa da
teoria da subjetividade, gerou um ensaio inédito durante a abordagem do sujeito
doente.
Objetivo: constituir, definitivamente, a homeopatia como medicina do sujeito e
contribuir para maior assertividade terapêutica dos profissionais dentro de uma
perspectiva ontológica.
Justificativa: desde sua fundação, a medicina do sujeito é uma utopia humanista de
Hahnemann firmada no vitalismo descritivo. Porém, mesmo que o senso comum
reconheça a homeopatia como uma medicina mais humana, ela está privada de uma
metodologia qualitativa. Portanto, é justificável que se faça a demarcação qualitativa
das singularidades subjetivas produzidas pelo sujeito sadio/doente, confrontando o
sujeito vitalista (produtor de sintomas classificáveis) versus o sujeito histórico-cultural
(produtor de sentidos subjetivos variantes e invariantes).
Metodologia: a proposta teórica da subjetividade ampliou a possibilidade de criar e
instrumentar a rotina do consultório com a metodologia dos sete passos, pertinente ao
estudo de caso informal (ECI) que inclui o método clínico descritivo e a técnica
repertorial, trabalho apresentado no XXIX Congresso Brasileiro de Homeopatia.
Resultados: após sete anos de aplicação e aprimoramento da metodologia do ECI no
consultório foram pactuadas e, constatadas, inúmeras singularidades subjetivas
designadas noemas patogênicos (NP), que desapareceram após a ação dos respectivos
medicamentos simillimum.
Conclusão: a experiência clínica constatou que a singularidade subjetiva do NP
movimentou a totalidade sintomática de cada sujeito doente, permitindo outorgar ao
NP a categoria qualitativa principal no processo de adoecimento em detrimento da
categoria totalidade. Portanto, o estudo proposto encontrou e concluiu as
possibilidades de renovação do paradigma homeopático dentro de uma perspectiva
dialógica, dialética, interpretativa e ontológica, que privilegia a dimensão emocional do
sujeito doente com uma epistemologia qualitativa. Afinal, a homeopatia se constitui
medicina do sujeito somente quando o homeopata se esforça para compreender sua
dimensão qualitativa.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    

AMHMS, Campo Grande, MS, Brasil.